Projetos de Pesquisa

O monitoramento socioambiental abrange aspectos físicos, biológicos e socais e permite um planejamento para a gestão integrada de recursos hídricos em função das demandas de seus usuários. Uma das formas de compreender a dinâmica socioambiental é por meio da avaliação de serviços ecossistêmicos ― benefícios proporcionados a populações humanas, decorrentes da exploração da biodiversidade. A qualificação e quantificação desses serviços requer uma delimitação dos ecossistemas, que podem ser representados por modelos tróficos. Estuários fornecem importantes serviços para populações humanas, como provisão de bens de consumo, desenvolvimento de atividades econômicas e atividades de lazer. O objetivo deste projeto é elaborar modelos dos estuários dos rios Curu e Choró (CE, Brasil) e valorar os seus serviços ecossistêmicos, considerando os efeitos sobre as populações humanas, face ao cenário atual e previsões de mudanças climáticas. A partir dos dados de diversos componentes do ecossistema serão elaborados modelos do fluxo energético utilizando a abordagem Ecopath with Ecosim. A biodiversidade será quantificada pelo índice de Kempton (Q), que considera a proporção entre riqueza de espécies e biomassa. Os serviços ecossistêmicos serão catalogados como serviços culturais, de provisão ou de regulação, baseados na metodologia CICES. O valor de cada serviço será proporcional ao valor de Q e ao valor de mercado em dólares internacionais (int$) da biomassa de cada grupo funcional. O levantamento sobre o funcionamento dos ecossistemas estuarinos e dos serviços prestados por eles são aspectos que devem ser levados em conta para atingir a sustentabilidade no uso de recursos. A modelagem do ecossistema e catalogação dos serviços prestados por ele fornecerá uma base para planejamento da adaptação e manejo frente a cenários de impactos e mudanças climáticas.

Esta proposta avalia a composição de peixes, macroinvertebrados aquáticos, zooplâncton, fitoplâncton, macrófitas aquáticas e bactérias, como parte do plano de manejo descrito na LEI No 10.463 de 31 de março de 2016 que dispõe sobre a criação da Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE da Matinha do Pici, e dá outras providencias (Diário oficial do município 07 de abril de 2016).

Por iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente do Ceará (SEMA), foram iniciados em outubro de 2018 os trabalhos para a elaboração da Lista Vermelha da Fauna Ameaçada do Estado do Ceará. Listas vermelhas são instrumentos da política ambiental que apontam a situação de risco das espécies que ocorrem no território estadual, indicando o seu status e nível de ameaça. A equipe do Laboratório de Ecologia aquática e conservação da UFC, esta atualmente avaliando o Táxon peixes de água doce do estado do Ceará, para desenvolvimento do livro vermelho de fauna ameaçada de extinção.

Os ecossistemas aquáticos costeiros estão entre os mais ameaçados pelas atividades antropogênicas. Estuários, por exemplo, possuem alta produtividade e providenciam o sustento de grande biodiversidade. Em parte da costa Nordeste do Brasil existe predominância de estuários hipersalinos influenciados pelo clima semi-árido da Caatinga. Essa região tem sido reconhecida como uma área geográfica que requer inventários biológicos e estudos ecológicos necessários para providenciar a elaboração de planos de manejo. Poucos estudos sobre peixes foram realizados nos estuários do estado do Ceará, limitando o conhecimento com informações difusas e até lacunas biogeográficas. Com estudos de ictiofauna em cinco estuários da costa do estado do Ceará, o Laboratório de Ecologia Aquática e Conservação vem investigando aspectos ecológicos com abordagens funcionais desde 2014. No entanto, mais ecossistemas precisam de amostragem para aumentar a representatividade local e responder novas questões. Com isso, a presente proposta insere os estuários hipersalinos dos rios Aracatimirim, Aracatiaçu e Mal Cozinhado, da costa cearense, no rol de pesquisas inéditas envolvendo essa região do Brasil, com possibilidades de elementos a serem comparados com estuários de outras partes do Nordeste, do Brasil e do mundo. As pesquisas pretendidas compreenderão a atualização da lista de espécies, padrões espaço-temporais, a relação atributo-ambiente, diversidade funcional e suas medidas complementares, e a busca por semelhanças funcionais à luz da ecologia e biogeografia com outros estuários hipersalinos do mundo. Além de produção de um guia de divulgação científica a respeito da ictiofauna de estuários hipersalinos, a ser distribuído a comunidades tradicionais e órgãos públicos gestores. Desta forma, investigações ecológicas da ictiofauna fornecidas por esta proposta deverão ser úteis para grupos de pesquisa, fiscalização, conservação e manejo que atuem em regiões estuarinas e ecossistemas anexos.

Uma Unidade de Conservação (UC) atende a preceitos básicos da Legislação, preconizados no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, 2000). No entanto, da formalização à prática, muitas são as realidades. Estas envolvem as comunidades previamente residentes e suas apropriações da natureza, expressas nas relações de pertencimento e formas de uso dos recursos naturais; a proximidade e/ou diferentes níveis de envolvimento da sociedade com os órgãos ambientais e gestores da UC; a introdução de espécies, e os distintos graus de impactos antrópicos sobre ecossistemas no entorno e nas zonas de amortecimento, podendo comprometer a qualidade ambiental e a biodiversidade; a existência de conflitos entre diferentes atores regionais; entre outras. Assim, identificar e classificar graus de importância percebidos por populações locais, traduzidos em serviços ecossistêmicos por eles identificados, sobre uma UC de importância regional e nacional como o Parque Nacional de Ubajara (PNU), permitirá que pesquisadores e gestores possam traçar estratégias para a conservação, estimular o envolvimento social em ações propostas, aproximando atores regionais. O PNU, com seus atrativos turísticos, de serra em meio a uma vegetação de Caatinga e Mata Atlântica, deve ser capaz de cumprir suas funções conservacionistas e sociais. E, a compreensão sobre estruturas e funcionamentos ecossistêmicos passa a ser fundamental para gerar identificação e apropriação por seus mais diversos usuários, que somente aderem a práticas conservacionistas quando se sentem integrados ao ambiente e partícipes de tomadas de decisão. Assim, esta proposta tem por objetivo identificar e classificar as funções e os serviços ecossistêmicos oferecidos por esta UC, para os diferentes públicos em seu entorno. Considera-se que o Parque seja uma área de relevante importância bioecológica, responsável pela proteção de ecossistemas, habitats de refúgio, alimentação e reprodução para espécies da fauna e da flora. Por meio de metodologias participativas e integradoras que permitam classificar a percepção dos grupos amostrais, poderão ser feitas inferências sobre as relações de pertencimento com o local e sua representatividade para a população local, especialmente em relação à valoração de ecossistemas e recursos, existentes e usufruídos, e sobre o conhecimento popular sobre quais são as espécies nativas e aquelas introduzidas. Com isso, o projeto espera identificar áreas que sejam prioritárias para a conservação e àquelas mais suscetíveis a interferências antrópicas. Também, há de se considerar a importância social do turismo educativo, principalmente porque o PNU, por sua geomorfologia e consequente paisagem diferenciada em meio à Caatinga, agrega valores atrativos à divulgação científica e à interiorização do turismo no Estado. Em conjunto à gestão do PNU, as percepções dos usuários quanto ao turismo regional serão avaliadas, e serão promovidas ações técnico-científicas, de cunhos educacional e informativo, e estabelecidas novas metas para a divulgação da UC, que abrange quatro municípios, e concentra cerca de 200 mil pessoas na região.

A bacia hidrográfica do rio Jaguaribe ocupa 50% do território do Estado do Ceará, e comporta um amplo número de reservatórios, desempenhando um papel estratégico na infraestrutura hídrica que garante os usos múltiplos do extenso vale perenizado. Entretanto, os represamentos são considerados distúrbios de alta magnitude que alteram os habitats disponíveis para as espécies, gerando variadas respostas em nível populacional. Desta forma, estudos em ecomorfologia são importantes ferramentas para fornecer informações sobre o uso de recursos pelas espécies, com destaque para a dieta e ocupação do habitat. Assim, este projeto propõe avaliar a ecomorfologia e sua influência no uso de habitat e dieta de duas espécies de peixes congenéricas de Characiformes (Astyanax aff. bimaculatus e Astyanax aff. fasciatus), ao longo de perfil longitudinal do rio Jaguaribe, verificando a influência dos barramentos, a fim de inferir como estas populações responderam à variação de uso de recursos a partir deste distúrbio.

Pouco se conhece sobre a estrutura e funcionamento da biota, em cerca de 70 mil reservatórios de água no Nordeste brasileiro, sendo estes ecossistemas as principais fontes para a sobrevivência e desenvolvimento de diversas atividades, como pesca, irrigação, aqüicultura e consumo. O aumento de distúrbios causados pelo homem, como por exemplo, eutrofização dos ecossistemas aquáticos ― com conseqüente diminuição da qualidade de água para o consumo ― demandam nos últimos anos, um manejo adequado dos mesmos, utilizando-se modelos e programas computacionais. Dentre estes, destaca-se o Software ?Ecopath with Ecossim - EwE?, de livre acesso (www.ecopath.org/), e testado com sucesso em modelagem ecológica de ecossistemas neotropicais na América Latina. Assim, para elaboração e quantificação do modelo de teia trófica no açude Sítios Novos será utilizado o Software citado, estimando-se a biomassa e o consumo de vários elementos do açude Sítios Novos, para análises de fluxos entre os componentes do mesmo. A avaliação das teias tróficas permite a construção de modelos ?steady-state? (estado estacionário) de ecossistemas, e a equação básica do modelo EwE é a de um sistema balanceado, em que o consumo de um predador (grupo) gera a mortalidade por predação de sua presa (grupo). Desta forma, as condições de equilíbrio num sistema existem quando a biomassa média anual para cada espécie (grupo) não varia de um ano para outro. Portanto, este projeto propõe a confecção de um modelo trófico do ecossistema de Sítios Novos a partir do monitoramento durante dois anos, dos componentes bióticos e abióticos, das atividades pesqueiras e de aqüicultura no açude. Este ecossistema destaca-se pela ampla importância para o desenvolvimento das atividades na região do Pecém, pois este reservatório faz o abastecimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Termo Ceará e Termo Fortaleza.

Levantamentos da ictiofauna da caatinga, catalogação e identificação dos grupos de peixes representados nesse bioma são poucos, apresentando alguns estudos principalmente nos brejos de altitude de Pernambuco e Paraíba (ROSA & GROTH, 2004; ROSA et al., 2003. Das espécies descritas para a região, nove são introduzidas e 136 são provavelmente endêmicas (ATTAYDE et al., 2007; ROSA et al.¸2003). Nos estudos supracitados em Pernambuco e Paraíba, foram encontradas 27 espécies, distribuídas em 23 gêneros e 12 famílias (ROSA & GROTH, 2004). Entretanto, não existem estudos relativos a riqueza íctica do estado do Ceará. Além disso, a abundância e composição de espécies parecem sofrer alterações de ano em ano, devido à sazonalidade do clima, que permite o processo inundação-estiagem (MEDEIROS & MALTCHIK, 2001). Com isso a estrutura da comunidade íctica apresenta modificações de acordo com a sazolnalidade, modificando sua riqueza e diversidade, podendo ser menor nos períodos de seca (ZANDELLA, 2008; MALTCHIK, 1999; SANTOS & CARAMASCHI, 2011). Outro ponto relevante é que as bacias hidrográficas da região Nordeste são amplamente impactadas por atividades antrópicas, com alterações ambientais (deposição de lixo e efluentes) e introdução de espécies exóticas, principalmente para fins de piscicultura. Langeani et al. (2009) mencionam 85 espécies de peixes para rios costeiros da região semi-árida do Brasil, sendo 83 citadas por Rosa et al. (2003) e outros duas de estudos posteriores (GOMES-FILHO & ROSA, 2001). Esse baixo número de espécies foi considerado esperado, devido às características biogeográficas do local, como a pequena extensão das planícies costeiras. Os mesmos autores recomendaram estudos urgentes nos trechos de rios que drenam a região semi-árida, para o levantamento da riqueza local, antes que essas espécies sejam dizimadas ou extintas. Levando em consideração o pouco conhecimento da composição de peixes em regiões como Jaguaribe e Quixadá, estado do Ceará, objetivamos.

Neste estudo, propomos coletar organismos de peixes e anuros em diferentes habitats de ecossistemas lóticos (vegetação marginal, substratos do fundo, zona hiporreica ou de remansos) na unidade de conservação Parque Nacional de Ubajara, estado do Ceará, e em ecossistemas equivalentes fora da unidade. Nestas assembléias serão avaliadas características fenotípicas de anuros e peixes. Estas características já avaliadas em outros estudos, denominadas de design morfológico, estão relacionadas principalmente à forma e altura do corpo, dimensões e altura da boca, altura da nadadeira caudal em relação à área (no caso dos peixes), tamanho dos tratos digestórios, tamanho da cabeça, área do olho e grau de compressão dorsoventral. Estas características permitem inferir que a morfologia pode restringir os recursos a serem utilizados pelos organismos. Da mesma forma, com auxílio da literatura disponível serão realizadas relações ecomorfológicas positivas e negativas dos hábitos alimentares, tamanhos das presas, velocidade do fluxo de água e disposição na coluna d?água. Assim, as variáveis morfológicas a serem analisadas constituem indicadores apropriados da estrutura das assembléias dentro e fora das unidades de conservação. Desta forma, com base nas premissas anteriores, a hipótese a ser testada por este estudo é: ?A riqueza de variações morfológicas em peixes e anuros são indicadores do grau de conservação dos ecossistemas lóticos dentro da unidade de conservação Parque Nacional de Ubajara (CE), já que são ambientes com menor interferência antrópica, potencialmente mais heterogêneos que, conseqüentemente, fornecem recursos mais variados, permitindo a coexistência de um número maior de espécies quando comparados com ambientes fora destas unidades de conservação na mesma região?. Assim, fundamentados no argumento de que os fenótipos fornecem informações valiosas acerca do uso de recursos pelas espécies, este estudo tem por objetivo analisar as características ecomorfológicas.

Aspectos ecológicos dos peixes que habitam ecossistemas aquáticos dulcícolas do semi-árido são incipientes devido ao reduzido número de estudos nesta região do Brasil. Nestes sistemas, atualmente foram registradas 240 espécies de peixes, com um nível de endemismo de 57% (136 espécies), resultantes de especiações vicariantes, expansões do clima semi-árido e modificações naturais e antrópicas dos ambientes aquáticos. Particularmente, a construção de açudes modifica os ambientes lóticos (rios ou riachos), interrompendo seu curso natural e criando ambientes com características lênticas (açudes). Estas perturbações modificam a estrutura da comunidade ictíica, principalmente nas áreas de alagamento e à jusante do ecossistema, favorecendo o desenvolvimento de espécies com características de ambientes lênticos e o detrimento de espécies migratórias nos açudes. Desta forma, o presente estudo propõe avaliar os aspectos bioecológicos dos peixes nos trechos alto, médio e baixo do rio Acaraú, com o objetivo de obter informações relacionadas aos efeitos das modificações antrópicas no rio. Assim, a partir deste estudo, pretende-se conhecer a influência do represamento por açudes nos aspetos bioecológicos dos peixes do rio Acaraú e o grau de vulnerabilidade a que estas populações estão expostas. Os resultados deste estudo deverão fornecer informações que servirão como base para a implementação de medidas de manejo, subsidiando estratégias para a preservação da fauna ictíica em ambientes aquáticos lóticos do semi-árido, represados por açudes. Também serão beneficiados com os resultados deste estudo, entidades que atuem em programas de pesquisa ou fiscalização ambiental, prevendo ações e mitigando eventuais distúrbios. Como meta acadêmico-pedagógica, o projeto pretende formar estudantes qualificados para transmitir e produzir conhecimento em ecologia.

O presente estudo pretende identificar espécies da fauna associadas a algas marinhas extraídas comercialmente para fins alimentícios e cosméticos, na praia de Baleia, município de Itapipoca/CE. Será verificada a hipótese de que os organismos juvenis associados às algas são pertencentes a espécies normalmente capturadas por pescadores artesanais na localidade de Baleia, para consumo ou venda. Assim poderá ser inferido se há ou não comprometimento no recrutamento de espécies normalmente capturadas em Baleia, quando os indivíduos já se encontram incorporados ao estoque pesqueiro. Pretende-se inferir sobre a correlação existente entre espécies de interesse comercial e/ou de subsistência capturadas pela pesca artesanal, e a dependência de juvenis destas espécies, em relação aos bancos de macro-algas em Baleia. Para tal, são propostas metodologias de estimativas a partir de visualização em mergulhos autônomos, coleta de indivíduos da fauna durante processo de colheita das algas e no período de pós-secagem. Espera-se ao final do estudo, que sejam propostas medidas de mitigação para a redução da mortalidade de fauna associada a algas marinhas durante o processo de extração para comercialização em Baleia, possibilitando menores perdas ao ambiente e menor comprometimento ao recrutamento das populações envolvidas.

Açudes costumam ser ecossistemas aquáticos continentais de alta produtividade biológica e representam um recurso básico para as populações humanas, relacionado à geração de energia, transporte, recreação, atividades agropecuárias, criação de peixes e na valorização da paisagem local. O estado do Ceará possui um total de 8000 açudes que apresentam uma ictiofauna de origem nativa e alóctone, a qual sustenta pescarias artesanais provendo proteína animal principalmente para as populações de baixa renda. As características ambientais e o grau de interferência antrópica em um açude podem afetar a estrutura das populações de peixes. Desta forma, a produtividade pesqueira em cada açude pode apresentar-se de maneira diferenciada, cujas capturas podem ocorrer com diferentes aparelhos de pesca, possuir diferente composição de peixes de tamanhos diversos, e esforços de captura diferenciados ao longo do ano. Assim, devido à importância dos açudes, este estudo tem por objetivo registrar qualitativa e quantitativamente a atividade pesqueira praticada por pescadores nos açudes localizados na bacia do rio Acaraú, Estado do Ceará. Serão acompanhadas pescarias artesanais, realizadas entrevistas com pescadores locais e realizadas capturas experimentais de peixes nos períodos de chuvas e estiagem, por dois anos consecutivos. Espera-se que a partir deste estudo seja possível conhecer a variação da produtividade pesqueira ao longo do ano, as espécies de peixes capturadas, os tamanhos e biomassa, aparelhos e características da pesca artesanal, as formas de comercialização do pescado e o potencial de produção pesqueira anual, em cada um dos açudes. Estes resultados poderão oferecer uma visão sobre a real importância dos ecossistemas de açudes como fornecedores de proteína animal para as populações de entorno e contribuir para o progresso científico através da agregação e transmissão de conhecimentos sobre os ecossistemas lênticos do semi-árido, a ecologia das espécie.

Os rios de cabeceiras, localizados em áreas de serras, possuem densa vegetação, baixas luminosidade e profundidade, apresentam menor variedade de habitats e pouca disponibilidade de alimentos para peixes. Essas condições também podem influenciar na variedade de nichos, limitando a diversidade de peixes e favorecendo que poucas espécies apresentem dominância, além de ser esperada a ocorrência de peixes de pequeno porte. Em áreas de cabeceiras do semi-árido Brasileiro os rios estão influenciados por prolongados períodos de estiagem e a estrutura e a composição de comunidades de peixes pode ser fortemente influenciada pela sazonalidade da região. Estudos de inventários de peixes ainda são escassos no semi-árido brasileiro e, particularmente no estado do Ceará, assim como este grupo é pobremente conhecido nas serras de Araripe e Ibiapaba. Desta forma, coletas a serem realizadas em ambientes lóticos destas regiões poderão representar como meta novos registros de distribuição e, possivelmente, identificação de novas espécies de peixes para esta região do semi-árido brasileiro. Desta forma, o presente projeto tem como objetivo realizar um inventário da ictiofauna em rios de pequena ordem, localizada nas Serras de Ibiapaba e Araripe, estado do Ceará.